segunda-feira, 30 de maio de 2011

Pessoas imperfeitas, relacionamentos imperfeitos



Eu sou feliz. Não tenho o que reclamar da minha vida. Tenho a melhor mulher que poderia existir como minha esposa. Somos leais um com o outro, nunca menti para ela e nem ela comigo. Não buscamos ter filhos, a nossa vida é boa sem eles, mas quem sabe um dia seja a hora para eles. Realmente acredito que eu tenha uma vida perfeita. (Roberto tem o costume de mentir para si mesmo para tornar suas mentiras reais)

Quando nos conhecemos Cátia era tão impulsiva e viva, aquele tipo de pessoa que não nega sua liberdade por nada nesse mundo. Ela sempre se mostrou perfeita. Pelo menos antes de nos casarmos. Ela começou a chegar tarde em casa e não me dizia aonde ia. A sós erramos um casal apaixonado mas perto de outras pessoas parecia inevitável que demonstrássemos os nossos defeitos um com o outro e começavamos a brigar.

Certo dia fui segui-la para descobrir o por que de tanto mistério. Ela me descobriu antes que visse algo. Só sabia que ia ao mesmo bar toda noite. Fui para la e conversei com o garçom mas esse disse não saber de nada e preferir não se envolver.

Ela era uma pessoa astuta e de certa forma isso começou a me irritar. A cada dia que passava gostava menos dela e de suas mentiras. Era de fato um casamento de fachada. Um casamento como ele verdadeiramente é: apenas um contrato, um negócio, um jogo de interesses.

Certo dia passando por uma loja de utensílios domésticos, vi um jogo fabuloso de facas. Entrei e comprei-o. Talvez fosse uma ótima oportunidade para a reconciliação: fazermos o jantar juntos, um jantar romântico. Onde conversaríamos sobre nossas vidas e tudo ficaria bem.

Chegando em casa dei-lhe a sugestão e ela concordou, saindo então para comprar alguns condimentos para o jantar. Esperando-a fiquei, com a faca na mão pronto para sua chegada e ansioso pelo jantar.

Quando ela chegou o fim foi inevitável. Terminei de preparar o jantar enquanto ela me esperava sentada friamente e torta na mesa. Tomamos do mais vermelho vinho. Sua face estática e pálida sorria para meu ego inflado. Finalmente ela pode ver meu verdadeiro ser.


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